quarta-feira, 25 de agosto de 2021

FIGURAÇÃO DO AMOR

É o teu cheiro que me une

A um clímax pueril de orgasmo

E, mesmo que ter-te seja pleonasmo,

Vivo nas redundâncias do teu perfume.

 

Só com o teu amor produzo metáforas

E, na sinestesia do teu amplo amplexo,

Vejo-me sitiado por teu corpo convexo,

Embriagado nas anáforas das auroras.

 

Sem conjuntos vazios em nossas antíteses,

Somos tão somente carícias em fotossínteses

Elevados ao ômega da hipérbole ortodoxa...

 

Viver sem ti, jamais! O mundo é anacoluto!

E nós a apóstrofe que se resume em tudo

O que é amor...Dois candelabros numa tocha!

 

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

sexta-feira, 18 de junho de 2021

IMPRUDÊNCIA

O mundo é uma escola

Que traz à lume a consciência,

Mas o homem é aluno da utopia,

Só se preocupa com o que fantasia.

 

Na universidade do tempo, a vida decola

Sem malabarismos... Progresso e ciência

Traduzem do conhecimento a alforria

E a humanidade apenas sonha, todavia...

 

Carente de alfabetização, o homem é vitrola

Que toca sempre a melodia da deficiência,

Pois em seus sonhos, a existência é alegoria.

 

Assim nasce e morre e o mal aflora

Dante da ignorância que é penitência

Para os artistas que labutam o ouro que irradia!

 

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

 

 

TURBILHÃO

Ouço um grito dentro de mim,

É o mundo lá fora meio louco

Que ressoa em meu íntimo: eco!

Entendo devagar que silêncio é pouco

 

Para criar um armistício que não rola

E a truculenta barbárie que detona

A quietude do senso é vicissitude

Que carcome a paz, sem carona!

 

Não há parafernália para trancafiar

As injúrias que se lançam ao pomar

De uma vida sem crepúsculo, acintosa...

 

E no báratro da existência profunda

Ainda se veem decalques que não afundam:

Na hipocrisia, espinhos; na verdade, rosa!

 

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

 

domingo, 7 de fevereiro de 2021

AFECÇÕES


 

 

O mundo está doente;

Com ele, o ser humano enfermo...

Tudo o que ocorre é excerto

Aqui e acolá, indubitavelmente.

 

Nada é acaso... Embebe-se a mente

Das mazelas que são o enterro

Das consciências... E o homem, lerdo,

É o miasma de si mesmo... Indiferente!

 

Configurou-se o destino que fantasia

O ébrio ocaso onde morre o dia

Que nada mais foi que horas reiteradas!

 

O hoje não existe... O amanhã foi ontem,

Cada aurora é uma novela no horizonte

Onde os personagens dormem sobre almofadas!

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

EXTRATIVISMO


A fantasia consome o poeta

Quando há sede de inspiração...

Então o artista bebe as palavras,

Arrota sumariamente as emoções

E respira mavioso o inexpugnável.

 

As alegorias edificam uma exegese

Que são a epopeia da criatividade...

Sintomas telúricos provocam a fome

De plantar e colher o alimento da alma

Que são as sensações emanadas da ficção.

 

A poesia é o éter do imaginário

Onde o pensamento absorve o lirismo...

O sentimento carrega doses de uma energia

Que ultrapassa a atomística do que é infinito

Para celebrar com fecundidade meneios utópicos.

 

Assim, regurgita-se a obra literária

Sob os alicerces e reflexões simétricas...

No espaço artístico decodifica-se a mensagem

E exterioriza-se o plasma dentre labirintos

Que evocam de forma sublime a arte de escrever!

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

sábado, 26 de dezembro de 2020

CONEXÃO


 

 

Estreita é a conexão corpo-alma.

 

O corpo é matéria; a alma, intuição.

Quando a comunicação é quebrada,

 

A inconsciência rebela-se no íntimo

E os sonhos fragmentam-se num éter

Onde a ilusão é o produto consumado.

 

O corpo estremece... A fantasia reina

Enquanto o âmago fica obscurecido

Perante alegorias abstratas e adereços

Sem cor... Uma volúpia utópica adoece

 

O raciocínio já glacial pela mente insana.

A alma é o repositório da consciência sã

Que transmite ao corpo os alicerces vitais

E indispensáveis para a existência salutar.

Corpo-alma, funções cognitivas do saber!

 

 

DE Ivan de Oliveira Melo

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

HOMEM/MULHER


 

Homem, sê sincero.

Mulher, sê fiel...

Bebe do teu mel

E deixa de lero-lero.

 

Homem, sê perfeito.

Mulher, sê o amor...

Come seja lá o que for

E deixa de botar defeito.

 

Homem, sê o trabalho.

Mulher, sê o exemplo

E esquece a preguiça.

 

Homem, sê o orvalho.

Mulher, sê o templo

E te entrega e enfeitiça!

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo